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O acordeão destaca-se como um símbolo da cultura nacional,brl bet - especialmente no cancioneiro popular nordestino, e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) reconhece a importância do acordeão e investe em um projeto inovador: o 1º Curso de Acordeonistas e Acordeonistas da Reforma Agrária, um percurso nacional para formar 25 novos acordeonistas de diferentes regiões do país.

Essa iniciativa visa fortalecer a presença desse instrumento nas atividades culturais, além de preservar e promover a rica tradição da cultura popular. A primeira etapa do curso aconteceu de 09 a 21 de janeiro, no Centro de Formação Frei Humberto, em Fortaleza (CE).

Os participantes, que em sua maioria não têm experiência prévia com o instrumento, foram orientados por educadores da área, recebendo aulas de iniciação musical e de acordeão. O Brasil de Fatoconversou com Nonato Lima, cantor, compositor, acordeonista e facilitador do curso para saber mais sobre essa iniciativa. Confira.

Brasil de Fato: Nonato, gostaria de começar nossa entrevista pedindo para você se apresentar.

Nonato Lima:Sou acordeonista, cantor, compositor, professor e estudante de música da Universidade Estadual do Ceará (UECE) e sou esse artista aqui da terra, onde levo meu acordeão do Ceará e exporto para o mundo todo, viajando os quatro cantos do mundo, e assim é minha vida, com quase vinte anos de carreira. Comecei a tocar à noite com doze anos de idade e estou nessa luta, firme, levando o que há de melhor da nossa cultura para o mundo.

Gostaria que você falasse do sentimento de participar desse Primeiro Curso de Acordeonistas da Reforma Agrária.

Para mim foi uma felicidade receber o convite para liderar, para ser o professor do Primeiro Curso de Acordeonistas da Reforma Agrária. Para mim foi uma felicidade pelo fato de estar pegando alunos que nunca tiveram contato com o instrumento, começar do zero, literalmente do zero, e ter duas semanas de curso intensivo. Foi um desafio para mim, porque geralmente os cursos que eu dou pelo Brasil afora, geralmente as pessoas já têm um certo conhecimento e nesse curso não, foi uma coisa inovadora para mim, que os alunos realmente pagaram o instrumento do zero. Eu tive que ensinar de como pagar o instrumento, colocar no colo a aprender os primeiros acordes, então fico feliz em ter essa responsabilidade e de ver o processo todo sendo concluído com o ensino básico do instrumento. Todo mundo voltando para casa com o básico do instrumento, sabendo tocar alguma coisa, tendo o mínimo de conhecimento, e ter tomado à frente disso, ter sido o responsável e ver se formando novos acordeonistas pelo Brasil. Fico muito feliz em estar fazendo parte dessa história.


O curso vai ter continuidade, sim. Ele vai ter continuidade de forma online durante alguns meses e, se não me engano, em março, abril e maio terá a segunda parte do curso de forma presencial aqui novamente, em Fortaleza. / Foto: Aline Oliveira

Você é um dos facilitadores do curso. Qual a importância de passar seus conhecimentos para essa nova geração de acordeonistas?

Fico muito feliz em estar passando um pouco do meu conhecimento para os alunos. Essa troca de experiências é muito importante. Fico muito feliz quando estou viajando, estou em algum lugar do Brasil ou do mundo e a pessoa diz que aprendeu acordeão comigo, que começou no instrumento por minha causa, porque me viu tocando, eu fico muito feliz, porque eu me espelho muito nos grandes nomes como Luiz Gonzaga e Dominguinhos, e Luiz Gonzaga, principalmente, foi uma das pessoas que lutou muito para a acordeão não morrer, para sempre continuar a luta da cultura, da música. Luís Gonzaga, por onde passava, quando via um acordeonista ele dava um acordeão, incentivava. Um curso desse, que está dando a possibilidade para as pessoas aprenderem, está dando o instrumento, confesso que já dei milhares de cursos pelo Brasil, e pelo mundo e eu nunca vi em curso desse tamanho, que dá total portabilidade para os alunos terem o estudo e adquirirem o instrumento. Eu nunca vi um curso fazer isso, primeira vez que eu estou vendo um curso desse porte que dá total acesso e facilidade para os alunos terem o conhecimento com o instrumento. Eu estou muito feliz, em estar colocando meu aprendizado, meus ensinamentos. Vou sair do curso muito feliz com isso.

Qual é a relação da sanfona com a arte, a cultura e a luta do povo do campo, principalmente da Reforma Agrária?

A acordeão, a princípio, é a cara do Nordeste, né? Aqui no Brasil, quando se fala em acordeão a gente já lembra do Nordeste, do que o Luiz Gonzaga aclamou com a sua acordeão, com a sua voz. Ele que lutou pelo povo do sertão, nas suas músicas, nas suas canções, nas composições que ele fazia. Foi uma luta de anos, brigando pelo seu povo, uma voz que dava um poder, começou a dar um poder para um povo que era totalmente esquecido, na região mais sofrida do Brasil, do Nordeste do Brasil e através disso, o povo começou a ganhar voz.

A sanfona, na minha opinião, é uma das principais representantes da cultura do Nordeste. Acho que a sanfona é uma das principais armas que temos na cultura para poder termos voz, chegar aonde a gente quer. A arte cura. A música faz tudo o que há de bom, então, nada melhor do que agrega a sanfona à arte, à cultura, à luta do nosso povo.

Dominguinhos e Luiz Gonzaga, por exemplo, usaram a sanfona para falar sobre o povo nordestino. Eu queria que você falasse como a arte pode contribuir para a luta de um povo?

Dominguinhos foi sucessor de Luiz Gonzaga, e eu tive o prazer de trabalhar com Dominguinhos, de conviver com ele, então senti um pouquinho na pele de como é a questão de passar a sua voz, o seu poder que você tem com a sanfona para o povo. Aprendi muito com Dominguinhos essa questão da luta que eles têm, o compromisso que eles tiveram com o Nordeste, inclusive, tem uma música do Luiz Gonzaga que diz que o compromisso do Dominguinhos era muito sério e Dominguinhos passou isso para os seus sucessores, então eu acho que tenho esse meu compromisso também com o Nordeste, eu que venho do interior, também venho de família de agricultores, eu tenho esse compromisso e a sanfona, a nossa arte ela tem tudo para poder contribuir com a luta de um povo, um povo que quer ter voz e ter seus direitos.


É a primeira vez que eu vejo um curso com esse suporte todo para o aluno. / Foto: Aline Oliveira

O curso se encerrou no dia 21 de janeiro ou vocês já estão pensando em algumas atividades mais para frente?

No dia 21 de janeiro houve uma apresentação de encerramento, onde os sanfoneiros e os alunos já fizeram sua primeira apresentação. Foram apresentadas duas músicas que eles aprenderam no decorrer das duas semanas. Então, para vocês verem como o curso deu um resultado rápido, né? Foi bem intensivo, mas deu um bom resultado, graças a Deus, e o curso vai ter continuidade, sim. Ele vai ter continuidade de forma online durante alguns meses e, se não me engano, em março, abril e maio terá a segunda parte do curso de forma presencial aqui novamente, em Fortaleza. Então vai ter continuidade e, se Deus quiser, vai estar também formando novos sanfoneiros pelo Brasil todo.

Qual é a importância desse curso?

Esse curso é de extrema importância porque é um curso intensivo de duas semanas, onde leva conhecimento que as pessoas poderiam levar meses para aprender, e aprender em duas semanas em um curso intensivo é uma coisa de extrema importância. Um curso que dá total suporte para os alunos, que dá sanfona, primeira vez que eu vejo isso em um curso, que dá o instrumento para o aluno estudar, para levar para casa. É a primeira vez que eu vejo um curso com esse suporte todo para o aluno. É muito importante. Espero que dê vida longa para esse curso. A arte, a cultura agradecem aos idealizadores desse projeto.

Quais foram os conteúdos passados no curso?

Como são pessoas que estão vindo do zero, que nunca tiveram contato com o instrumento, literalmente, o curso parte do princípio de como pegar o instrumento, de como colocar o instrumento no colo até os primeiros acordes, as primeiras notas, conhecimento do teclado do fole, do baixo, como se juntar as três coisas, porque a sanfona é um dos instrumentos mais difíceis que tem de aprender.

Então, no decorrer das semanas, a gente aprendeu duas músicas, e aprendemos também algumas coisas didáticas como acordes maiores, acordes menores, alguns arpejos. Então essa junção de coisas no decorrer de duas semanas é muita coisa para quem está lá no meio do curso. Para quem está de fora, às vezes pode até pensar que é pouca coisa, mas é bem puxado por conta do peso do instrumento, mas todos os alunos tiveram um saldo bem positivo nas duas semanas.

Fonte: BdF Ceará

Edição: Camila Garcia


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